quarta-feira, abril 18, 2007

"Futuro do Pretérito" (Condicional, para os íntimos)


Autor: zeu

Seria monótona, se fácil
A VIDA
Seria lazer, se divertida
A LIDA
Seria inovador, se criativo
O CLICHÊ
Seria inerte, se vazio
O DESEJO
Seria inútil, se dócil
O DESAFIO
Seria ação, se firme
A VONTADE

Seria morto, se morno
O AMOR
Seria tu, se não eu
O SUJEITO
Seria banal, se consenso
A POLÍTICA
Seria tédio, se lógica
A ARTE
Seria O deus, se em guerra
MARTE
Seria homem, se não Deus
O CRISTO
Seria, se tivesse de ser
ASSIM
Seria simples, se suportasse
O SER HUMANO
Seria outro, se não este
EU

domingo, novembro 27, 2005

Transição

Muito tempo se passou desde que escrevi por aqui em virtude de ser um escritor descompromissado, de fato sou muito relapso em relação à maioria das coisas e acabo agindo apenas contingencialmente, ou seja, resolvendo apenas aquilo que não pode ser deixado pra depois. Se por um lado isto me permite viver uma vida desmerecidamente tranquila, por outro, torna muito mais difícil ter estímulo para enfrentar desafios auto-propostos. Ultimamente estou numa fase de auto-incentivo, tentando me motivar para efetuar pequenas, mas importantíssimas, e, às vezes até difíceis, mudanças. Pode ser que não passe de uma daquelas fases em que, devido a algo ter dado errado, as pessoas resolvem promover uma série de mudanças em si mesmas na esperança de conseguir deixar o fracasso para trás e torna-se capaz de não repiti-lo, ou, ao menos, resistir melhor as suas conseqüências. É assim que, com o fim do namoro exaltado na publicação anterior a esta (e que já aconteceu há quase 4 meses) e sem saber ainda ao certo o que sinto pela minha ex-parceira, me encontro procurando me tornar mais responsável, economicamente independente e decidido; procurando também redefinir algumas coisas em mim, suprimindo umas e reafirmando outras com mais convicção.

O poema a seguir trata do "problema do fim" de como é difícil o momento em que ficamos sem chão. Não é mais como me sinto agora, mas o publicarei como marco do início desse período de transição que já vem transcorrendo há algum tempo.

(Wild Wing - 2002)

Minhas estranhas entranhas
sofrem de dores tamanhas
das quais desconheço o motivo

Dores que entorpecem a mente
e num sofrer crescente
amarelam o sorriso

Por que tenho eu que "ser"!?
Por quê!?
Por que tenho eu que "viver"!?
Por quê!?

Por que não posso eu "estar"?
Por que não posso eu "ficar"?

De que me serve sentir
se tenho todo o tempo que mentir?
Como eu queria fugir!

Minhas estranhas entranhas,
Minhas entranhas, estranhas entranhas!

Queria defenestá-las ao mar
todo o sofrimento afogar
ficar leve, leve como o ar
no tempo e no espaço viajar.

Eterno... etéreo...efêmero...

Fluir, não mais caminhar,
fazer, não mais só pensar,
permanecer, não mais estar...

Guardião...
Espião...
Sensação...

Sem mais dor,
Sem mais calor (sem mais coração).
Muito mais VIGOR!
Eterno! Etéreo!! Efêmero!!!